_O contexto de jogo se passa após a partida de Percy Jackson, Annabeth
Chase e seus amigos do Acampamento Meio-Sangue, visto que estavam
suficientemente aptos a se defender sozinhos. É de vital importância que
você leia toda a trama com bastante atenção para o bom entendimento do
jogo.
Em pleno Submundo, encontrava-se um edifício sumptuoso abarrotado de pilares negros e avermelhados de sustentamento, designados por tapetes acinzentados que percorriam por todo local. As janelas pendiam-se sob altas e imponentes insígnias de dragões e criaturas obscuras. Um perímetro enorme se estendia por uma cratera no meio de lava e destruição - e os gritos desesperados e dolorosos dos habitantes do submundo soavam, fazendo vidraças com desenhos pagões, e criaturas se remexerem, incomodados. Esse mesmo desespero se alastrava em forma de correntes e línguas de fogo, que rodeavam os portões de grande magnitude que protegiam os ladrilhos negros e velhos que formavam aquele grande castelo - talvez maior que o próprio Monte Olimpo, ou mais quente que o próprio Tártaro.
Embora tanto calor e destruição, resquícios de uma luxuosa estrutura interna, rodeada por folhas secas e flores tomadas por um sangue assombrador, começavam quando os tapetes levavam os visitantes para portões majestosos de um mármore esbranquiçado, num tom leitoso e calmo. Musas usurpadas e anjos caídos faziam com que toda aquela magnitude se tornasse real, dançando levemente pelo ar tênue, de natureza calma e muito bem comportada. A mulher de longas madeixas negras estava debruçada na fenestra, observando a noite que misteriosamente não escondia as paisagens estonteantes que rodeavam o castelo. Suas unhas preenchidas por vermelho tamborilavam freneticamente a vidraça gasta. Sem algum motivo aparente, os sonidos estridentes cessaram: dois braços robustos entrelaçavam-se na cintura da deusa, apertando-a numa força não tão maleável.
“Nyx...’’ Ele, então, curvou a face e estalou um beijo caloroso e sensual na nuca da mulher, ação a qual provocou um remexer discreto naquela região. Um sorriso perverso era alinhado em sua face, discreto. “Érebo, já nos divertimos. Sugiro que vá, logo notarão sua falta.’’ As mãos de Érebo apalpavam a cintura de Nyx, que apesar de tentar afastá-lo sem sucesso algum, mantinha o semblante de desejo estampado na face. Ambos pararam por um instante. “Tenho planos maiores, mais furtivos, majestade. Eles funcion...’’ Foi interrompido pelo indicador de Nyx posicionado em frente seus lábios, selando-os. Ela assentiu e Érebo ressaltou seus traços desgostosos, sumindo numa distorção de massas escuras que pairavam em seu corpo.
O tempo parecia decorrer de uma forma incrivelmente rápida quando Érebo transmutou seu corpo em feixes negros ao teletransportar-se em direção a'O Tártaro, deixando a deusa da noite, Nyx, em seu gabinete do Palácio. O deus primordial representante das trevas subterrâneas conjurou em suas mãos um envelope acinzentado do qual carregava pedaços de pergaminhos rasgados adaptados com uma caligrafia informosa, endereçada a'O Tártaro. Tal encontrava-se preso em sua personificação humana nos últimos milênios, mas O Tártaro do qual fazia com que todos os titãs estivessem aprisionados ainda existia, recebendo total controle dele em sua forma humana. Érebo arregalou os olhos ao avistar o outro primordial, que encontrava-se com ambas mãos erguidas e acorrentadas por um material enferrujado corroendo por filetes de fogo em seu interior. Seus olhos eram avermelhados e sua expressão estava a de uma pessoa morta, cercado por cães infernais.
“Esta é a nossa proposta, Tártaro. É pegar ou largar, você sabe. Tens até o pôr do Sol de amanhã para nos dar sua resposta. Quando Eos surgir no céu, espero que já tenhamos sua decisão.” Disse Érebo ao erguer sua cabeça em direção aos olhos do primordial, arremessando o envelope acinzentado no chão. Tártaro assentiu com a cabeça e abriu um pequeno sorriso no canto dos lábios, fazendo com que Érebo redirecione os pés para fora do local, teletransportando-se em direção ao Palácio dos Primordiais. As palavras vindas dos lábios do deus Primordial da escuridão pareciam ser bastante sérias em relação à resposta destinada até o amanhecer.
No outro dia, Eos, a deusa grega que personificava o amanhecer, surgira nos céus e Érebo teletransportava-se em direção a'O Tártaro. Estava com uma capa avermelhada com breves detalhes prateados em seu interior, representando suas feições debochadas e maliciosas, como se um plano infalível regido por Nêmesis houvesse dado certo. O envelope entregado na noite passada estava a levitar rente aos olhos do prisioneiro, que continuava a ler suas palavras sem conseguir controlar o suor que escorria por sua testa. A personificação humana de Tártaro olhou para o deus da escuridão revelando um sorriso no canto de seus lábios enquanto as correntes que percorriam por volta do seu corpo adquiriam uma tonalidade avermelhada, e o âmbito aparentava estar mais e mais sombrio devido a expressão dos deuses ctônicos. A corrosão das correntes tomava a sua iniciativa.
Ele estava completamente livre, exposto com um sorriso enorme com uma pitada de cinismo. De suas mãos, era brotada uma grossa ponte projetada a partir de suas mãos, permitindo sua locomoção até Érebo. Os seus passos eram lentos, aparentemente como alguém que não havia caminhado à anos, enquando alguns espectros o rodeavam. Algumas Fúrias foram rompidas dentre as montanhas em direção a'O Tártaro, com uma breve ameaça de ataque. O homem estendeu o braço esquerdo e chacoalhou-o algumas vezes, como se estivesse atacando-as com uma arma metálica extremamente grande, fazendo-as se afastarem e serem atingidas em diversas partes de seu corpo, sendo jogadas nas profundezas d'O Tártaro. Érebo não retirou o sorriso do rosto ao presenciar a cena, batendo algumas palmas sem muita euforia. Em sua mente, aparentava que tinha uma tarefa perfeita para o deus do mundo inferior, que, possivelmente, usariam em breve. Ah, usariam.